A Polícia Civil de Goiás investiga ao menos três tentativas de sequestro de bebês cometidas por criminosos que se passaram por conselheiros tutelares nos municípios de Posse, no nordeste do estado, e Jaraguá, na região central. Os casos, registrados nas últimas semanas, acenderam um alerta entre autoridades e colocaram em xeque a segurança dos atendimentos realizados por agentes de proteção à infância.
Em todos os episódios, o modus operandi foi semelhante: um casal se apresentava como representante do Conselho Tutelar, alegando o recebimento de denúncias anônimas de maus-tratos. As vítimas — mães adolescentes, em sua maioria — eram abordadas em casa e pressionadas a entregar seus filhos sob ameaça de ações judiciais. Nenhuma documentação oficial foi apresentada.
Em Posse, dois episódios com características idênticas ocorreram em 15 e 29 de abril. As mães se recusaram a entregar os bebês e ameaçaram chamar a polícia, o que levou os suspeitos a fugir. A Delegacia Regional da cidade orientou a população a não permitir acesso de supostos conselheiros sem identificação oficial e a contatar imediatamente a polícia em caso de dúvida.
Já em Jaraguá, a abordagem foi ainda mais violenta. Um casal tentou invadir a casa de uma jovem mãe, apresentou um documento falsificado que supostamente seria uma ordem judicial e tentou levar a criança à força. Houve luta corporal e os suspeitos fugiram sem conseguir consumar o crime. O Conselho Tutelar da cidade confirmou que nenhum agente havia sido designado para o local na data do ocorrido.
A Polícia Civil trata os casos como tentativa de sequestro e investiga a possibilidade de que os mesmos criminosos estejam atuando nas duas regiões, apesar da distância geográfica. As delegacias de Posse e Jaraguá estão compartilhando informações para identificar os autores.
As autoridades também destacam que qualquer visita deve ser confirmada junto ao Conselho Tutelar da cidade, e que qualquer resistência em apresentar documentação oficial ou em permitir o contato com os órgãos competentes deve ser imediatamente denunciada.